Meu nome é Juliana, sou farmacêutica, fiz pós-graduação em cosmetologia clínica e mestrado em ciências farmacêuticas com ênfase em nanotecnologia.

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Sempre sonhei em trabalhar com o desenvolvimento de cosméticos e em ter minha farmácia de manipulação, mas o destino me levou para caminhos que jamais pensei em trilhar e em poucos anos minha vida mudou completamente, e nos próximos parágrafos deste texto vou tentar, de maneira sucinta, compartilhar com vocês as voltas que minha vida deu...

 

Tudo começou quando eu estava prestes a concluir meu mestrado na UFRGS em Porto Alegre, meu marido me informou que foi convidado pela empresa a trabalhar em um projeto na Tailândia por um ano, e que teríamos que decidir em menos de 2 semanas se aceitaríamos ou não esta proposta.  Num primeiro momento ficamos um pouco assustados, pois nunca havíamos viajado para tão longe e não tínhamos ideia de como era este país. Além disso, eu não poderia trabalhar e nem aplicar o que tinha aprendido durante os anos que me dediquei a pesquisa. Seria uma experiência nova, uma aventura, um mundo novo...

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Mas, quem me conhece sabe o quanto eu gosto de enfrentar desafios, de sentir o frio na barriga e desbravar o mundo, e nunca tive condições financeiras para isso, pois sou de uma família humilde que sempre batalhou muito e enfrentou muitas dificuldades para obter o sustento e educação minha e dos meus irmãos. Por isso essa foi uma proposta irrecusável.

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Mas não pense que tudo é um mar de rosas, bem pelo contrário, morar no exterior já é difícil, mas na Ásia, é ainda mais difícil. A primeira dificuldade foi a língua, pois na Tailândia se fala tailandês, mas ok, nós não precisamos aprender a falar tailandês, mas tivemos que investir no inglês para podermos nos comunicar com qualidade. E isso com certeza foi excelente, mas foi um desafio em tanto. Imagine ter que aprender inglês onde o idioma é o tailandês? Ufa, ainda bem que o meu professor era estrangeiro europeu. Mas e praticar com quem? Ufa, ainda bem que fiz amizade com um grupo de estrangeiras, uns verdadeiros amores por sinal. Mas vocês conseguem notar as inúmeras barreiras, as enormes dificuldades?

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Isso fez a gente crescer!

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Com certeza depois que voltamos de lá, voltamos mais fortes, mais maduros.

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Acho que enfrentar medos, derrubar obstáculos não deixa só a gente mais forte, deixa a gente mais humano, talvez mais sábio.

E as comidas exóticas? Ok, ok, algumas pessoas que viajam para a Tailândia falam: “a comida tailandesa é uma delícia, é diferente, sabores exóticos, temperos incríveis, é um mar de sabores.” Será mesmo? Você já imaginou ter que comer comida exótica, muito apimentada e com sabores difíceis de descrever, com temperos e cheiros que você não consegue identificar, todos os dias durante dois anos?

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Ainda bem, que modéstia à parte, eu cozinho bem! E que na Tailândia a gente encontra os mesmos ingredientes do Brasil nos mercados e nas feiras. Mas você sabia disso? Eu também não sabia, mas graças a Deus percebi isso rápido.

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Vocês devem estar cheios de perguntas e uma delas deve ser em relação ao transporte, meio de locomoção na Tailândia, quer saber qual era nosso meio de transporte?

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Bom, Pattaya era a cidade em que morávamos. Talvez a cidade mais internacionalizada da Tailândia, além de Bangkok. Pois lá vivem inúmeros europeus, muitos deles russos, tem também muitos brasileiros e muitos chineses. Se morássemos em Bangkok, a capital da Tailândia, provavelmente nosso meio de transporte teria sido o metrô, mas em Pattaya não tem metrô e nem ônibus público. Apenas soungtew, tuk-tuks, e muitas, muitas motos. E assim nós aprendemos a andar com esses meios de transportes inusitados. E para complicar um pouquinho mais, a mão lá é inglesa, ao contrário da nossa. Mais um desafio vencido!

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Mas e onde a gente morava? Quase todos os funcionários da mesma empresa que o meu marido trabalha resolveram alugar um apartamento no mesmo condomínio, para que nós pudéssemos nos ajudar caso isso fosse preciso. Nós alugamos um apartamento lá também, formando assim uma “pequena comunidade” de brasileiros. E acabamos virando uma verdadeira família, onde cada integrante tinha seu jeito de ser, suas afinidades, como em toda família, mas com bom convívio entre todos.

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Outra pergunta que as pessoas gostam de me fazer é: “o que você fazia, já que você não trabalhava? Acho que essa é a pergunta que todos querem me fazer! Bom, eu estudava inglês, tinha aula duas vezes por semana e estudava em casa. Todas as quartas-feiras eu tinha um encontro com as minhas amigas estrangeiras, onde além de praticar inglês eu aprendia a pintar quadros e a desenhar, pois uma das amigas do grupo era uma artista e adorava compartilhar conosco suas habilidades manuais e seu amor pela arte.

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Além disso, eu fazia trabalho voluntário em uma fundação de apoio a pessoas necessitadas, o Hand to Hand, onde eu ensinava inglês para crianças entre quatro e cinco anos. Essa foi uma experiência incrível, que enche o meu coração de orgulho. Como eu sinto saudades dos “my little children.”

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Também muitas vezes me encontrava com um grupo de brasileiras, que são de outras empresas, e que também estão lá por causa dos maridos. Não, eu não sabia que haviam tantos brasileiros na Tailândia e essa foi uma descoberta muito especial. Esse grupo ajudava a preencher a minha semana e era muito importante para compartilhar as inúmeras descobertas dos nossos dia-a-dias.

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Eu também fazia academia e caminhava todas as manhãs com um grupo de amigas brasileiras, que tem um pedacinho especial do meu coração. Esse grupo era chamado por mim, “caminhada terapia”, pois as caminhadas, as conversas e as companhias faziam bem para o corpo e para a alma.

E ainda, é claro, tinha os afazeres domésticos, acho que essa era a parte chata do meu dia, hahaha.

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E assim, passei dois anos da minha vida, com uma rotina totalmente diferente da que tinha em toda a minha vida, mas regada de desafios, superações e muitas conquistas. E agora, por meio deste blog, espero poder compartilhar, de maneira divertida, um pouco das minhas histórias com vocês.

 

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Espero que vocês gostem das postagens!

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